A associação patronal do CNC afirma que os aumentos já fizeram subir o custo total das obras em 22,2%.
Túnel funciona em andamento em Barcelona
Túnel funciona em andamento em Barcelona David Zorrakino/Europa Press

Uma em cada quatro construtoras espanholas teve de interromper ou atrasar a execução de algumas das suas obras, devido ao forte aumento do preço das matérias-primas necessárias à construção no último ano. Segundo o estudo da Confederação Nacional da Construção (CNC), os aumentos já elevaram em 22,2% o custo total das obras em Espanha.

O relatório, que contou com a participação de mais de 300 empresas do setor, acrescenta que até 24% das empresas que tiveram que cancelar obras registraram multa pecuniária. Especificamente, o cancelamento ou atraso causou-lhes um rombo financeiro entre 1.500 euros e 3.000 euros por dia de calendário, o que representa entre 10% e 50% do orçamento de construção.

No entanto, o estudo CNC esclarece que 76% das empresas que tiveram que parar ou atrasar as suas obras conseguiram evitar sanções pecuniárias. De qualquer forma, quase todas as empresas notaram um aumento de preços.

A falta de matéria-prima é causada pela escassez de produtos da China e pela lenta recuperação após a Covid-19, e confirmam que já aumentou o custo total das obras em Espanha em 22,2%.

As empresas afirmam ter sofrido com a escassez de matérias-primas como madeira, aço e alumínio, o que atinge produtos como cimento, louças sanitárias, vidros, tintas, pavimentos, torneiras, eletrodomésticos, janelas, elevadores, piscinas, entre outros.

Atualmente, os atrasos nas entregas chegam a 90 dias para máquinas e veículos e até 70 dias para eletrodomésticos. Com isto, mais da metade das obras sofreram atrasos na execução, embora pouco mais da metade destas não tenha registado alterações de prazos.

O presidente do CNC, Pedro Fernández Alén, tem insistido sobre três propostas para mitigar este problema, "para revogar a lei de desindexação em relação aos contratos públicos, para estabelecer um sistema de reequilíbrio automático de preços face ao excesso de custos e agilizar a gestão dos fundos europeus".