Aumentam as preocupações relacionadas com o aumento das rendas e com as leis da habitação.
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Myfanwy Owen em Unsplash
Europa Press

A ocupação ilegal e o aumento das despesas domésticas continuam a ser as principais preocupações dos espanhóis em matéria de habitação, de acordo com o barómetro anual do Grupo Mutua Propietarios. O inquérito também destaca a crescente preocupação com o aumento dos preços das rendas e com as alterações à legislação em relação à habitação.

Laura López, Diretora-Geral Adjunta para a Estratégia, Clientes e Canais Alternativos do grupo, sublinhou que, num contexto tão "dinâmico", a dificuldade que os inquilinos enfrentam para garantir rendas acessíveis, juntamente com os riscos de ocupação ilegal para os proprietários, são desafios fundamentais. Destacou ainda que a resolução destas questões é essencial para restaurar a confiança e trazer estabilidade a um setor cada vez mais tenso.

Embora as despesas domésticas continuem a ser uma das principais preocupações, caíram para o segundo lugar do ranking - uma descida que pode ter sido impulsionada pela estabilização dos preços da energia e pelas medidas de eficiência adotadas nas casas. No entanto, esta tendência poderá inverter-se em breve devido ao recente aumento do IVA nas faturas de eletricidade, alertou López.

Entretanto, os preços dos imóveis continuam a ocupar o terceiro lugar, enquanto as preocupações com as leis da habitação aumentaram, ocupando agora o quinto lugar entre as questões mais preocupantes para os espanhóis.

O barómetro revela também que a manutenção e a sustentabilidade da habitação são menos importantes para os espanhóis em relação a outras questões.

A análise do Grupo Mutua Propietarios sugere que o rendimento médio das famílias espanholas se vai manter inalterado em relação ao ano anterior, situando-se nos 2.621 euros por mês.

No entanto, o relatório sublinha que 41,6% deste rendimento é destinado à chamada "fatura doméstica", que abrange o pagamento do crédito habitação ou da renda, os custos de energia e as compras essenciais.

Para os agregados familiares com rendimentos até 1.000 euros, esta percentagem ultrapassa os 90%. Representa também 58% do rendimento das pessoas que arrendam casa e 54,5% dos indivíduos que vivem sozinhos.

Neste contexto, 3 em cada 10 espanhóis declaram ter dificuldades em suportar os custos da habitação. Os jovens com idades compreendidas entre os 18 e os 34 anos são os que enfrentam maiores desafios, com 7% a declarar que têm "muitas dificuldades" e cerca de 33% "bastantes dificuldades".

Em contrapartida, as pessoas com mais de 65 anos estão numa posição mais favorável, com 24% a declarar que "não têm dificuldades", provavelmente devido ao facto de as despesas relacionadas com a habitação serem menores, como o pagamento de crédito habitação.

Quando se consideram os níveis de rendimento, as famílias que ganham menos de 1.000 euros por mês são as mais afetadas, com 18% a considerarem "muito difícil" e 39% "bastante difícil" fazer face às despesas relacionadas com a habitação.