Um estudo publicado pela Pure Living Properties estima os investimentos no setor de luxo no "Triângulo Dourado" (Málaga) em 3,2 mil milhões de euros.
Moradia de luxo em Finca Cortesín
Moradia de luxo em Finca Cortesín Pure Living Properties

A agência imobiliária Pure Living Properties analisou o desempenho do mercado imobiliário de luxo nas áreas mais exclusivas da Costa del Sol, conhecidas como o “Triângulo Dourado” (Marbella, Estepona e Benahavís). De acordo com a sua análise, o mercado imobiliário de luxo nesta região gerou 3,2 mil milhões de euros em 2024, o que representa um aumento de 20% em relação ao ano anterior.

Relativamente aos números totais, Marbella é a cidade onde mais dinheiro foi investido, com 1.6 milhões de euros, seguida de Estepona (800 milhões de euros) e Benahavís (500 milhões de euros). Além disso, a zona de Finca Cortesín, frequentemente considerada como uma extensão do Triângulo Dourado, registou este ano uma mobilização de 300 milhões de euros no mercado imobiliário de luxo.

Este crescimento é em grande parte atribuído ao afluxo de novos investidores internacionais. A agência imobiliária refere que 90% das transações no setor imobiliário de luxo na Costa del Sol foram efetuadas por compradores estrangeiros, com uma presença notável de investidores dos Estados Unidos e do Médio Oriente.

"O mercado imobiliário de luxo está a viver o seu melhor período das últimas décadas. Marbella, Estepona e Benahavís estabeleceram-se como destinos internacionais, atraindo compradores e investidores de mais de 90 nacionalidades e solidificando a sua reputação no sector imobiliário de alta qualidade", afirma Javier Nieto, CEO da Pure Living Properties. Ele descreve 2024 como um "ano histórico para o setor".

Preços recorde em 2024

A agência registou preços recorde nas três zonas mais procuradas da Costa del Sol. Em Marbella, o preço médio por metro quadrado atingiu os 4.961 euros, enquanto em Benahavís e Estepona se situou nos 4.633 euros/m² e nos 3.582 euros/m², respetivamente.

A Pure Living Properties revelou também que venderam propriedades que ultrapassam os 30.000 euros/m² em duas das zonas mais exclusivas da costa de Málaga: Puente Romano e Sierra Blanca.

Nieto salienta que as vendas em Puente Romano aumentaram 20%, atribuindo este facto à estabilização dos preços elevados. "Anteriormente, os proprietários não estavam dispostos a negociar, mas este ano estão mais abertos a discussões, o que reativou a atividade de venda", refere.

A agência também destacou as zonas emergentes na parte ocidental da província, como Casares, onde os imóveis de primeira qualidade podem atingir preços de cerca de 10.000 euros/m².

Perfil do comprador

O relatório destaca uma análise dos perfis dos compradores no mercado imobiliário de luxo da Costa del Sol. Os jovens investidores do setor tecnológico representam 30% dos compradores, liderando o segmento. Seguem-se os nómadas digitais, que representam 25% do total. Esta tendência é impulsionada em grande parte pelo aumento do trabalho remoto e por políticas fiscais favoráveis, como a taxa fixa de 24% do imposto sobre o rendimento em Espanha para trabalhadores remotos de países terceiros empregados por empresas estrangeiras - uma taxa que pode chegar a 50% em algumas partes da União Europeia.

Atletas de elite ocupam o terceiro lugar, representando 20% dos compradores, seguidos pelos investidores focados na sustentabilidade, com 15%. As famílias com elevado poder de compra completam a lista, representando 10% do mercado.

Previsões para 2025

A Pure Living Properties mostra-se otimista em relação a um 2025 “promissor”, projetando um aumento de 5% a 8% nos preços nas zonas mais estabelecidas. A agência também espera que o setor de luxo se expanda mais para o oeste da província, com foco em projetos perto da praia.

"O futuro do mercado de luxo na Costa del Sol é risonho. As previsões para 2025 sugerem que Marbella continuará a ser uma referência global, combinando inovação, sustentabilidade e exclusividade para satisfazer as exigências de um mercado cada vez mais exigente", concluiu o CEO da agência.