A consultora Colliers acredita que 2024 será um ano desafiante para o setor imobiliário em toda a Europa. No entanto, também proporcionará oportunidades de investimento em algumas cidades e setores.
De acordo com o seu relatório de previsões, "Durante o próximo ano, as diferenças nas expectativas de preços entre compradores e vendedores deverão diminuir acentuadamente e levar a um renascimento do investimento imobiliário". Salienta também que “continuam a surgir bolsas de oportunidades”.
Segundo a consultora, Madrid está entre as seis cidades favoritas para investir em imobiliário no próximo ano, juntamente com Londres, Paris, Berlim, Munique e Amesterdão. Destaca as unidades industriais, logísticas e multifamiliares como os ativos mais interessantes, bem como o setor hoteleiro em Espanha.
No entanto, o estudo afirma que a chave do ano será a estabilidade. "Os investidores têm certeza de que a estabilidade é fundamental. Com taxas de juro mais altas esperadas por mais tempo para combater a inflação, as perspetivas de investimento imobiliário estão a moderar-se. Se surgir maior certeza, juntamente com o abrandamento das avaliações subjacentes, isso impulsionará um volume adicional de transações no próximo ano. O melhor são os investidores posicionados, aqueles preparados para aproveitar as oportunidades", afirma Luke Dawson, Chefe de Mercados de Capitais Globais e EMEA da Colliers.
A consultoria destaca que os setores logístico e industrial continuarão com elevada procura e que há escassez de oferta, bem como fundamentos sólidos. Além disso, explica que “as políticas industriais protecionistas em muitos países europeus e o aumento dos custos energéticos irão encorajar uma maior deslocalização de projetos logísticos e industriais”, o que será uma atração adicional para os investidores.
No caso do setor multifamiliar, Colliers insiste que “o desequilíbrio entre a oferta e a procura causado pelo crescimento populacional e as questões de disponibilidade e acessibilidade habitacional irão sustentar a atividade de investimento neste sector no futuro ligadas às tendências demográficas, como o coliving, o alojamento estudantil e a vida sénior.
Vê também potencial nos ativos alternativos, salientando que “o bom desempenho dos setores ligados às tendências tecnológicas e demográficas continuará a captar o apetite dos investidores face ao desequilíbrio existente entre a oferta e a procura de produtos em ativos mais próximos das infraestruturas do que os imóveis tradicionais, como centros de dados, energias renováveis e cuidados de saúde."
No caso dos escritórios, o mercado irá apostar em ativos bem localizados, sustentáveis e de qualidade, que geralmente são escassos. Colliers acredita que a diferença de preços entre escritórios prime e não prime continuará a aumentar nos próximos meses e que “a remodelação e a reorientação de ativos para cumprir os critérios de sustentabilidade serão um importante motor de atividade no próximo ano e nos anos seguintes”.
Por último, a consultora acredita que o setor hoteleiro continuará a ter um desempenho positivo em termos de investimento em Espanha, graças aos pontos fortes do mercado de férias nacional em comparação com a Europa.