Os preços das casas não mostram sinais de abrandamento a curto prazo. Segundo os especialistas económicos e imobiliários, a tendência de subida está a acelerar devido à forte procura, à melhoria das perspectivas económicas e à descida das taxas de juro. Em grande parte do país, os preços das casas poderão registar um crescimento de dois dígitos em 2025.
Pelo menos, é essa a expetativa do CaixaBank Research. O departamento de pesquisa da instituição financeira atualizou recentemente as suas previsões para o mercado imobiliário, prevendo um aumento das vendas e dos preços superior ao previsto no outono passado.
Concretamente, prevê uma subida dos preços a nível nacional entre 5,9% e 7,2%, consoante se tomem como referência as estatísticas do Ministério da Habitação e da Agenda Urbana (MIVAU) ou o índice de preços do Instituto Nacional de Estatística (INE). No entanto, numa em cada três localidades, o aumento poderá ultrapassar os 10%.
De acordo com os dados do portfólio de Isabel Rodríguez, 27% das cidades com mais de 25.000 habitantes em Espanha registaram um aumento anual dos preços superior a 10% no verão passado. Em 36% destas localidades, o aumento situou-se entre 5% e 10%, enquanto 27% registaram um aumento entre 0% e 5%. Os preços baixaram apenas em 10% das localidades: 7% registaram uma descida inferior a 10%, enquanto as restantes 3% registaram uma descida superior a 10%.
Depois de extrapolar o comportamento dos preços da habitação nas localidades com mais de 25.000 habitantes, o CaixaBank Research prevê uma aceleração do mercado. No final deste ano, prevê-se que até 32% das localidades registem um aumento de dois dígitos em relação ao ano anterior, contra 27% no terceiro trimestre de 2024.
Prevê igualmente um forte aumento do número de localidades onde os preços aumentarão entre 5% e 10%, passando de 36% no verão passado para 46% no último trimestre de 2025.
Consequentemente, 78% das cidades com mais de 25.000 habitantes registarão este ano aumentos de preços superiores a 5%, enquanto apenas 1% registará descidas de preços, que serão moderadas (até -5%).
De acordo com o departamento de pesquisa do banco, os aumentos de preços serão mais notórios nas zonas turísticas e nas grandes cidades, que funcionam como polos económicos e laborais, registando o maior desequilíbrio entre a oferta e a procura. As grandes áreas metropolitanas também se destacarão nesta tendência.
Agravamento do acesso à habitação
O "relógio imobiliário" do CaixaBank Research prevê um 2025 em alta, tanto para a venda como para os preços das casas, indicando mais um ano de expansão.
Os economistas do banco afirmar que "os vários fatores que impulsionam a procura vão manter-se. O BCE continuará a reduzir as taxas de juro, o rendimento das famílias deverá recuperar o poder de compra e a população deverá também continuar a crescer".
Como consequência, alertam que o aumento dos preços irá agravar ainda mais o acesso à habitação em Espanha, uma vez que ultrapassará o aumento previsto do rendimento disponível das famílias. Assim sendo, as famílias terão de gastar 7,5 anos do rendimento total para comprar casa, em comparação com 7,2 anos em 2024. Este valor vai de encontro ao de 2022, embora ainda muito abaixo do recorde de 9,4 anos atingido durante a crise mundial de 2007.