Um passeio gastronómico é uma ótima forma de ter férias em Espanha em 2020, o que é um pouco diferente e uma grande ideia "alternativa" de férias para toda a família para evitar multidões de turistas durante o atual clima COVID-19. Podes preparar uma escapadela sem stress, com a família ou amigos, enquanto aprecias as vistas, cheiros e, acima de tudo, os sabores de um novo lugar. Este passeio gastronómico é para todos os que têm um verdadeiro lado doce… uma rota pelos doces e sobremesas de Espanha, que podes não conhecer, mas que, definitivamente, deverias.
Perante uma perspetiva tão doce como esta, é muito importante que te prepares para saborear autênticas iguarias espanholas e, acima de tudo, não contes nada disto ao teu dentista!
Casadielles das Astúrias
Estes doces típicos das Astúrias, no norte de Espanha, consistem em tubos de massa, de cerca de 15 centímetros de comprimento, fechados nas extremidades e recheados de nozes, açúcar e anis. Dependendo da zona das Astúrias, poderás encontrar casadielles preparados com vinho branco em vez de anis, ou avelãs, em vez de nozes. Também encontrarás casadielles fritos, e outros feitos de massa folhada, que são preparados no forno.
A origem do seu nome é um pouco confusa, mas a teoria mais estabelecida é que deriva de "cosadielles", significando algo como "uma coisinha". Com o tempo, passou de um doce reservado para festas como Natal e Carnaval a uma sobremesa que podemos encontrar em qualquer confeitaria asturiana, em qualquer época do ano.
Piononos de Granada
Formalmente conhecidos como "Piononos de Santa Fe", porque são originários da pequena cidade de Santa Fé, estes bolos espanhóis são mais conhecidos como "Piononos". Se estiveres em Granada, não percas este delicioso bocado preparado com fatia de bolo enrolada e coberta com creme de pasteleiro. Para terminar, é encharcada num xarope de açúcar e polvilhada com canela.
Os habitantes locais recomendam que a comas em duas dentadas e dizem que a receita vem da tradição árabe de Granada, embora a origem do nome esteja ligada a um papa. Em 1897, um confeiteiro de Santa Fé, muito dedicado à Virgem das Angústias, padroeira de Granada, quis homenagear o papa que proclamou o dogma da Imaculada Conceição de Maria, o Papa Pio IX ou “Pio Nono”.
Goxua de Álava
Na língua basca, a palavra "goxua" significa "doce" ou "rico", por isso não nos devemos surpreender com o sabor desta sobremesa do País Basco, suave no paladar e muito vistosa na sua apresentação, típica de Álava.
É apresentada em três camadas, claramente diferenciadas: uma base de chantilly, uma camada de pão de ló e outra camada de creme pasteleiro caramelizado. Notarás a sua semelhança com a crema catalana e, de fato, o seu criador reconhece que se inspirou na sobremesa típica da Cataluña. Recomendamos que proves todas camadas de uma só vez para sentir o seu verdadeiro sabor.
Fardelejos de La Rioja
Este doce de origem árabe é composto por uma massa folhada muito fina, frita e recheada com um maçapão, muito mais leve que o maçapão tradicional, já que é preparado preparado com amêndoas moídas.
Os fardelejos mais famosos são os de Arnedo, uma aldeia em La Rioja, onde os produzem há mais de mil anos. Embora em muitos lugares estes doces só sejam comidos no Natal, em Arnedo podes encontrá-los durante todo o ano. Se estás a preparar uma visita a La Rioja, regressarás com algo mais do que uma boa garrafa de vinho.
Frixuelos das Astúrias, León e Cantábria
Juntamente com os casadielles, os frixuelos são os doces mais conhecidos nas Astúrias, mas também são comuns nas outras regiões do noroeste de León e Cantábria. É um tipo de crepe (uma folha muito fina de farinha, água e açúcar) feita com diferentes tipos de farinha: trigo, milho, centeio, etc., dependendo do tipo de grão cultivado em cada zona. É uma sobremesa típica do Carnaval de Antroxu, nas Astúrias e assemelha-se às filloas galegas ou crepes franceses, mas com estilo e personalidade próprios.
Podem ser comidos como sobremesa, lanche ou pequeno-almoço, tipicamente recheados de chocolate, gelado e nata.
Para provar este doce na sua forma mais tradicional, polvilha-os com açúcar branco, sem recheio, e enrola-os para comer com as mãos.