Quanto custou comprar casa em Espanha em março de 2018?
Quanto custou comprar casa em Espanha em março de 2018?

O preço das casas usadas em Espanha registou uma subida de 2,2%, durante o primeiro trimestre de 2018. Este avanço deixa o metro quadrado em 1.621 euros, de acordo com o último índice de preços do idealista. Tendo em conta a variação anual, o aumento é de 7,1%.

Para Fernando Encinar, chefe de estudos do idealista, “todos os dados tratados pelo setor parecem confirmar o bom momento que atravessa o mercado imobiliário espanhol. Passados já mais de dez anos desde que rebentou a borbulha imobiliária, a subida do número de compras e vendas, o aumento de créditos habitação concedidos e o crescimento sustentável dos preços indicam uma normalização que, apesar de ocorrer a diferentes velocidades, já se verifica em todo o território”.

Na sua opinião, existem vários fatores que, de momento, fazem com que não se pense no efeito borbulha. Por um lado, desde uma perpetiva de crédito habitação, existe uma maior rigidez nas condições de acesso ao crédito, multiplicou-se a concessão de empréstimos a tipo fixo e o número de créditos habitação concedidos é baixo, em relação ao número de compras e vendas. Esta falta de exposição de risco é um dos principais indicadores quando falamos de borbulha imobiliária.

“No que diz respeito às compras e vendas, o nível de operações está a baixo do valor alcançado no pico da borbulha e está mais relacionado com a criação de novas habitações e com o regresso de imigração (interna e externa) do que com operações especulativas. E, por último, é verdade que os preços crescem de uma forma sustentável e generalizada mas, isto acontece a diferentes velocidades, o que demonstra que, ao contrário do que ocorreu durante a borbulha, nem todos os produtos nem todas as regiões se comportam da mesma maneira. De qualquer maneira, a dinamização das novas construções ajudaria a contenção dos preços, sobretudo nos mercados onde o aumento da demanda se enfrenta a uma redução progressiva do stock”, sublinha Encinar.

Comunidades Autónomas

Foram 15 as Comunidades Autónomas que registaram uma subida do preço das casas durante o inverno: o maior aumento ocorreu nas Baleares, onde os proprietários pedem mais 5,5% pelos seus imóveis do que há três meses atrás, seguidas por Madrid onde aumentaram 5,1% e La Rioja (3,3%). Seguem-se subidas nas Canárias (3,1%), Catalunha (3,1%) e Andaluzia (2%). Por outro lado, o País Basco registou a maior queda, com uma descida de 0,4%, seguido da Estremadura, onde se reduziram em 0,1%

Depois da forte subida, registada durante este trimestre, na Comunidade de Madrid esta posicionou-se como a autonomia mais cara, com 2.673 euros/m2. Seguem-lhe as Baleares (2.609 euros/m2), o País Basco (2.509 euros/m2) e Catalunha (2.146 euros/m2). No lado oposto da tabela, encontramos Castela-Mancha (913 euros/m2), Estremadura (931 euros/m2) e Múrcia (1.023 euros/m2), as comunidades mais económicas.

Províncias

43 províncias sofreram aumentos dos preços dos seus imóveis de segunda mão durante o primeiro trimestre do ano. Os aumentos também foram liderados pelas Baleares (5,5%), seguidos de Lérida (5,3%), Madrid (5,1%), Santa Cruz de Tenerife (4,4%) e Barcelona (4,2%). No lado oposto, encontramos as baixas de Lugo (-1,1%), Guipúscoa (-0,9%) e Biscaia (-0,7%).

O ranking das províncias mais caras continua a ser encabeçado por Guipúscoa, com 2.734 euros/m2, seguido de Madrid (2.673 euros/m2). Imediatamente depois, encontramos Barcelona (2.650 euros/m2) e Baleares (2.609 euros/m2). Toledo é a província mais económica (793 euros/m2), seguida de Ávila (822 euros/m2) e Cidade Real (856 euros/m2).

Capitais

Madrid lidera as subidas entre as capitais espanholas, com um aumento de 7,8%. Seguem-se os proprietários de Granada, que aumentaram as suas expetativas em 5,6% e Logronho (5,2%). Em Málaga os preços subiram um 5%, enquanto que em Palma a subida atingiu 4,8% e e, en Valência, 4,5%.

A maior descida ocorreu em Oviedo (-0,5%). Seguem-se as descidas em Badajoz (-0,4%), Córdova (-0,3%), Bilbao (-0,3%) e Lugo (-0,1%). Nas cidades de Castelló e Huelva os preços não se alteraram.

Barcelona é a capital espanhola mais cara (4.334 euros/m2), seguida San Sebastián (4.144 euros/m2), Madrid (3.540 euros/m2) e Bilbao (2.863 euros/m2). Do outro lado da tabela, encontramos Ávila, a capital mais económica, com um preços de 954 euros/m2.

O índice de preços imobiliários do idealista

O idealista é, atualmente, o  'marketplace' imobiliário mais utilizado em Espanha para comprar, vender ou arrendar. Com uma amostra de milhares de imóveis, que se encontram atualmente em venda, o departamento de estudos do idealista realiza uma análise dos preços imobiliários, desde o ano 2000. Após 17 anos de estudo, o idealista converteu-se numa fonte de dados de referência para várias equipas de análise de entidades bancárias e financeiras e de instituições públicas.

Para obter o índice de preços imobiliários do idealista foram analisados 395.451 anúncios, que estiveram anunciados na sua base de dados no dia 26 de março de 2018. Para garantir que os dados são exatos, foram eliminados da amostra todos os imóveis cujos preços estavam fora de mercado e também imóveis unifamiliares, já que a sua presença provocava uma distorção dos preços de algumas zonas. Foram também excluídos os preços dos municípios com número de imóveis inferior a 50, já que essa amostra não é suficiente. O índice imobiliário do idealista está elaborado com preços de oferta por número de metros quadrados construídos.