Mudanças nas tendências dos preços de arrendamento em Espanha
Mudanças nas tendências dos preços de arrendamento em Espanha

Os preços de arrendamento diminuíram 1,3% durante o terceiro trimestre de 2018, deixando o preço por metro quadrado em 10,6 euros por mês, de acordo com o índice de preços de arrendamento publicado pelo idealista. Na taxa interanual, o aumento chega a 12,6%.

Para Fernando Encinar, chefe de estudos do idealista, "os dados confirmam que, apesar da crença generalizada da existência de uma bolha no arrendamento, não existe tal coisa. Por definição, não pode existir num mercado como o arrendamento, já que as bolhas só ocorrem quando os ativos são comprados (casas, bitcoins, tulipas, etc.) a um preço acima dos preços fundamentais, pela simples expetativa de uma forte reavaliação a curto prazo. No mercado de arrendamento, os preços subiram devido a um desajuste entre a oferta e a demanda."

Na verdade, acrescenta, "com o fim do verão vimos como os preços de arrendamento se moderaram por toda a Espanha. Se analisamos as capitais, os arrendamentos caem em quase metade dos mercados analisados e crescem moderadamente nos restantes. Em Barcelona, a ponta da lança do arrendamento em Espanha, os preços já caíram 5,5% no período interanual, enquanto que os preços em Madrid aumentaram 7,4%, longe dos aumentos de dois dígitos registrados em Espanha, em trimestres anteriores.

As medidas destinadas a melhorar o arrendamento, propostas pelo governo de Sanchez, como a promoção da habitação social para arrendar, podem chegar ao mercado quando o problema já nem exista. A construção de 20.000 casas de arrendamento público significará o consumo de recursos e tempo que pode não ter o resultado esperado, quando as primeiras casas começarem a ser comercializadas, não antes de 3-4 anos.

A melhor política social de arrendamento é incentivar a saída de residências vazias para o mercado. E a melhor maneira de fazer isso é através de estruturas regulamentares, legais e fiscais estáveis e confiáveis que incentivem os milhares de proprietários dessas casas vazias a arrendá-las. Políticas coercivas, como vimos em Paris e Berlim, não funcionam.”

Comunidades autónomas

8 comunidades autónomas registam preços mais elevados do que há três meses. O maior aumento foi registrado na Galiza, onde o preço cresceu 3,4%. Seguem-se os aumentos em Navarra (2,7%), Madrid (2,6%), La Rioja (1,7%) e País Basco (1,2%). A maior queda, no entanto, ocorreu nas Ilhas Baleares, onde as pretensões dos proprietários se viram reduzidas em 9%. Madrid (15,3 euros / m2) é a autonomia mais cara.

Segue-se Catalunha (14,7 euros/m2) e as Ilhas Baleares (13,5 euros/m2). Abaixo está o País Basco (11,9 euros/m2). No lado oposto da mesa encontramos Estremadura (4,2 euros/m2), Castela-Mancha (4,9 euros/m2) e La Rioja (5,8 euros/m2), que são as comunidades mais económicas.

Províncias

18 províncias sofreram um aumento dos preços durante o verão. A maior recuperação foi registrada em Pontevedra, onde os preços aumentaram 9%. Também se verificaram aumentos em Valladolid (7,5%), Alicante (3,7%), Toledo (3,5%), Navarra (2,7%), Samora e Madrid (2,6% em ambos casos). A maior queda foi em Huelva (-11,6%), seguida pelas Ilhas Baleares (-9%), Segovia (5,8%) e Córdoba (-5,7%).

O ranking das províncias mais caras é liderado por Barcelona (16 euros/m2 por mês), Madrid (15,3 euros / m2) e Guipúscoa (14,2 euros / m2). Jaén é a província mais barata para arrendar uma casa, com 3,9 euros/m2 por mês. Seguem-se Cáceres (4% euros / m2), Samora e Ávila (4,3 euros/m2 em ambos os casos).

Capitais

Em Valladolid, os proprietários aumentaram o preço de suas propriedades em arrendamento em 7,4%. Em Pontevedra, o aumento foi de 4,5%, enquanto que, em Sevilha foi de 4,4%. Também importante foi o aumento em Ávila, onde os preços estão 4,1% mais altos do que há três meses. Segovia, por outro lado, marca a maior queda entre as 21 capitais que reduziram os seus preços durante o verão (-5,8%). Seguem-se descidas em Múrcia (-4,7%) e Salamanca (-4,3%).

Barcelona é a capital espanhola com os arrendamentos mais caros (17,3 euros/m2), seguida de Madrid (16,4 euros/m2) e San Sebastián (15,6 euros/m2). No lado oposto da tabela, encontramos Samora, a capital mais barata, com um preço de 4,3 euros/m2, seguida por Cáceres com 4,6 euros/m2 e Cidade Real (4,9 euros/m2).

O índice de preços imobiliários do idealista

O idealista é, atualmente, a plataforma mais utilizado em Espanha para comprar, vender ou arrendar. Com uma amostra de milhares de imóveis, que se encontram atualmente em venda, o departamento de estudos do idealista realiza uma análise dos preços imobiliários, desde o ano 2000. Após 18 anos de estudo, o idealista converteu-se numa fonte de dados de referência para várias equipas de análise de entidades bancárias e financeiras e de instituições públicas.

Para obter o índice de preços imobiliários do idealista foram analisados 65.142 imóveis, que estiveram anunciados na sua base de dados em setembro de 2018. Para garantir que os dados são exatos, foram eliminados da amostra todos os imóveis cujos preços estavam fora de mercado e também imóveis unifamiliares, já que a sua presença provocava uma distorção dos preços de algumas zonas. Não se oferece o preço dos municípios com um número de imóveis inferior a 50, já que a amostra seria insuficiente. O índice imobiliário do idealista está elaborado com preços de oferta por número de metros quadrados construídos.